Na última sexta-feira durante a madrugada, o advogado Geraldo de Melo e Mota covardemente atirou em um cão que latia em frente sua casa e arrancou-lhe o rabo. Tomei nota do acontecimento pelo site da ANDA (Agência de Notícias de Direitos Animais) e resolvi dedicar um artigo sobre o tema por estar chocado e terrivelmente revoltado com o acontecimento.
Em um século em que se anunciam boas novas como os direitos dos animais, constituições humanas que valorizam a vida das outras espécies, como podemos tolerar um jurista, um magistrado, como o Sr. Geraldo?
Torna-se um contra senso admitir que profissionais desta estirpe mental e de tamanha instabilidade emocional cuidem de nossas leis e regulem nosso comportamento. Já não é, aliás, acredito que nunca foi, mera questão de opinião estar “de acordo” ou “desacordo” com a questão de que a vida dos animais não-humanos vale o mesmo que a dos animais humanos. É um fato, e a filosofia está aí para provar que a vida não pode de fato ser valorada a não ser sobre conceitos arbitrários. Inexiste um argumento sólido, e portanto defensável, de que uma vida vale mais ou menos segundo isto ou aquilo. Simplesmente, a arbitrariedade é mãe dos erros conceituais.
Não se pode tolerar que um advogado seja ao mesmo tempo um assassino. Ou se está com a lei, ou se está contra ela. Embora nossas leis no que diz respeito a proteção animal sejam bem-estaristas e tremendamente especistas, não significa que podemos ignorá-las. Isto seria o mesmo que regredir, necessitamos, sim, aperfeiçoá-las.
Se façamos cumprir hoje que um indivíduo hodierno como o Sr. Geraldo apodreça nas grades (coisa que não aconteceu: fiança) por assassinar a sangue frio um cão, um dia também serão presos os donos dos frigoríficos e laticínios. Basta a pressão social de instituições como as nossa, que zelam e protegem os animais. Há alguns anos nenhum animal era protegido. Ignorados pelas leis, quantos gatos e cães foram mortos cruelmente simplesmente por existirem? Há alguns anos mais quantas pessoas não foram também cruelmente mortas por não serem caucasianas ou europeias?
A lei é falha, mas existe, e nós existimos para aperfeiçoá-la e cobrar das autoridades, exercendo nossa autoridade civil e moral. Cabe a nós, através de uma mudança ética dos valores da sociedade fazer refletir nas leis que nos regem nossa vontade.
A mudança tem sido lenta, e muitas vidas se perdem em nosso tortuoso caminho como defensores da talvez causa mais justa pela qual uma pessoa possa lutar: a liberdade irrestrita. Porém, é de consenso nosso de que se nós perdermos nossa voz, os animais perderão suas vidas e sua liberdade, e não podemos admitir isso jamais! PRO ANIMALIBUS SENTIENTIBUS MENS MEA CONSCIA EST!
Estou absolutamente de acordo e acho também que esta pessoa não faz jus ao diploma que possui, pois, de fato, um advogado deveria estudar para defender os direitos estabelecidos nas leis, sejam de animais humanos ou não. O pior é saber que não deu em nada e que este indivíduo já está solto para fazer outras vítmas, já que ficou impune. Mas tenhamos fé que um dia seja cumprida a lei e que esta seja igualitária para todas as espécies.
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