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sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

ADVOGADO DO DIABO?

Na última sexta-feira durante a madrugada, o advogado Geraldo de Melo e Mota covardemente atirou em um cão que latia em frente sua casa e arrancou-lhe o rabo. Tomei nota do acontecimento pelo site da ANDA (Agência de Notícias de Direitos Animais) e resolvi dedicar um artigo sobre o tema por estar chocado e terrivelmente revoltado com o acontecimento.
Em um século em que se anunciam boas novas como os direitos dos animais, constituições humanas que valorizam a vida das outras espécies, como podemos tolerar um jurista, um magistrado, como o Sr. Geraldo?
Torna-se um contra senso admitir que profissionais desta estirpe mental e de tamanha instabilidade emocional cuidem de nossas leis e regulem nosso comportamento. Já não é, aliás, acredito que nunca foi, mera questão de opinião estar “de acordo” ou “desacordo” com a questão de que a vida dos animais não-humanos vale o mesmo que a dos animais humanos. É um fato, e a filosofia está aí para provar que a vida não pode de fato ser valorada a não ser sobre conceitos arbitrários. Inexiste um argumento sólido, e portanto defensável, de que uma vida vale mais ou menos segundo isto ou aquilo. Simplesmente, a arbitrariedade é mãe dos erros conceituais.
Não se pode tolerar que um advogado seja ao mesmo tempo um assassino. Ou se está com a lei, ou se está contra ela. Embora nossas leis no que diz respeito a proteção animal sejam bem-estaristas e tremendamente especistas, não significa que podemos ignorá-las. Isto seria o mesmo que regredir, necessitamos, sim, aperfeiçoá-las.
Se façamos cumprir hoje que um indivíduo hodierno como o Sr. Geraldo apodreça nas grades (coisa que não aconteceu: fiança) por assassinar a sangue frio um cão, um dia também serão presos os donos dos frigoríficos e laticínios. Basta a pressão social de instituições como as nossa, que zelam e protegem os animais. Há alguns anos nenhum animal era protegido. Ignorados pelas leis, quantos gatos e cães foram mortos cruelmente simplesmente por existirem? Há alguns anos mais quantas pessoas não foram também cruelmente mortas por não serem caucasianas ou europeias?
A lei é falha, mas existe, e nós existimos para aperfeiçoá-la e cobrar das autoridades, exercendo nossa autoridade civil e moral. Cabe a nós, através de uma mudança ética dos valores da sociedade fazer refletir nas leis que nos regem nossa vontade.
A mudança tem sido lenta, e muitas vidas se perdem em nosso tortuoso caminho como defensores da talvez causa mais justa pela qual uma pessoa possa lutar: a liberdade irrestrita. Porém, é de consenso nosso de que se nós perdermos nossa voz, os animais perderão suas vidas e sua liberdade, e não podemos admitir isso jamais! PRO ANIMALIBUS SENTIENTIBUS MENS MEA CONSCIA EST!