domingo, 21 de fevereiro de 2010

DOSSIÊ SOJA: MITOS E VERDADES DO GRÃO DO SÉCULO






Para muitos vegetarianos a soja é um dos alimentos mais presentes na dieta como fonte de proteínas. Existem milhares de produtos derivados da soja no mercado, em nossa década é possível ir na maioria das redes de supermercados e encontrar leite de soja longa vida ou em pó, soja em grãos, em farinha, em proteína texturizada de diversos tamanhos e formas, produtos processados industrialmente como hamburgueres vegetais, salsichas, bifes e outros. Este artigo tem como objetivo fazer um dossiê sobre a soja, contando fatos nutricionais, físicos, sociais e ambientais deste grão tão presente na dieta vegetariana.


I – O QUE É A SOJA?


Há 5.000 mil anos a soja é utilizada na china como uma forma de introduzir nitrogênio no solo, como parte do sistema de rotação de culturas. O vocábulo “soja” é derivado do inglês “soy”, que por sua vez tem origem no japonês “shoyu”, embora seja uma planta originariamente chinesa.

A nossa planta tem variada taxa de crescimento: algumas variedades não chegam a 20cm enquanto outras atingem 2m. As vagens, caules e folhas são cobertos por uma penugem marrom. As folhas caem antes da maturação das sementes, suas flores são brancas ou roxas e pequeninas.

Foi A. Carl Leopold quem descobriu, em meados de 1980, a altíssima quantidade de proteína nos grãos resistente a desidratação e re-hidratação.

Um grão de soja seco possui 60% de óleo e proteína, e somente a alta resistência das proteínas permite que alimentos a base de soja processados a altas temperaturas sejam viáveis, como o tofu, o farelo de soja e o leite de soja.

Os carboidratos solúveis da soja são a sacarose e a galactose, os insolúveis são basicamente celulose, hemicelulose e pectina.

Nosso grão é considerado pelos nutricionistas como uma fonte de proteína completa, isto é, que possui todos os aminoácidos que os seres humanos necessitam.

Seu cultivo é apropriado a regiões de verões quentes, e embora crescam em vários tipos de solos, os solos úmidos aluviais com boa quantidade de matéria orgânica.



II – A HISTÓRIA DA SOJA


henry ford

Proclamada pelo imperador chinês Shennong (2853 a.C.)como uma das quatro plantas sagradas, a soja tem sido utilizada há mais de 5.000 anos como alimento e componente em drogas, embora como já citado, a soja era mais cultivada como processo de rotação de culturas. No início restrita a China, e posteriormente a Ásia, o grão se espalhou pelo mundo.

Introduzida no continente Europeu por volta de 1700, chegou aos Estados Unidos da América em 1765, sendo considerada inicialmente como um produto industrial, não foi consumida como alimento antes da década de 20.

Os primeiros grãos de soja “aqueológicos” foram encontrados na coréia, e estudos apontam para seu uso em alimentação naquele país por volta de 1000-900 a.C..

Devido ao estabelecimento de rotas comerciais por volta do ano I d.C., o grão foi introduzido em países como Índia, Japão, Filipinas, Indonésia, Filipinas, Vietnã, Tailândia, Myanmar, Taiwan e Nepal.

Nos EUA, após a I Guerra Mundial, a soja foi utilizada em áreas danificadas pelo Dust Bowl, como forma de recuperação do solo baseada na sua capacidade de fixação de nitrogênio. Após isso, a área cultivada da soja foi crescendo seguindo as determinações governamentais. Fato curioso é que o patriarca dos automóveis, Mr. Henry Ford foi um grande investidor nas cadeias produtivas da soja. Seria divertido ver a cara de Ford se ele pudesse acordar hoje e ver o sucesso dos biocombustíveis, já que ele investiu U$1.250.000 na pesquisa do grão, e toda a linha de produção de automóveis da Ford contou com a contribuição do grão que era utilizado desde componente para a tinta que cobria os automóveis como fluído de amortecedores. O magnata dos automóveis chegou a desenvolver uma espécie de “plástico vegetal” a base de soja. No auge das pesquisas e dos investimentos feitos por ele, cada automóvel Ford chegou a utilizar dois alqueires do grão.

Na corrida pela produção de uma “seda artificial”, Ford contratou os químicos Boyer e Calvert para produzirem tal seda. Ambos conseguiram produzir uma fibra têxtil nomeada AZLON à base da proteína da soja. Atingindo a marca de £1.500 por dia com sua produção piloto, a fibra jamais ganhou o mercado, o tão trivial NYLON foi o vencedor da corrida pela produção da seda artificial. Contudo, a pesquisa serviu pelo menos para o próprio Ford usar um terno todo feito em AZLON.

Já no Brasil a soja veio via EUA no ano de 1882 através das pesquisas do Prof. Gustavo Dutra então acadêmico da Escola de Agronomia da Bahia que estudava os primeiros cultivos introduzidos daquele país. Na cidade de Campinas/SP em 1881 o mesmo Dutra, através do Instituto Agronômico de Campinas (IAC) conduziu estudos introdutórios ao cultivo do grão. Seguindo os moldes estadounidenses, a soja por aqui era mais vista como produto forrageiro e utilizado na alimentação de animais do que para alimentação e produtos industrais para utilização humana.

Nos anos de 1900 e 1901 o IAC distribuiu pela primeira vez sementes de soja para agricultores paulistas, e sabe-se lá como nesta mesma época se teve notícia do primeiro cultivo de soja lá para os lados do Rio Grande do Sul, onde as condições climáticas (semelhantes ao do Sul dos EUA) são apreciadas pela espécie.

Na década de 50, uma medida governamental chamada de Programa Oficial de Incentivo a Triticultura Nacional a cultura da soja foi incentivada por ser uma cultura alternativa ao trigo cultivado no inverno, nos meses de verão, assim como contribuíram os aspectos técnicos (leguminosa sucedendo gramínea) e econômico (excelente aproveitamento da terra, das máquinas e implementos, da mão de obra e da infra-estrutura).

O “primeiro cultivo” de soja no Brasil marcado nos anais da história diz que foi no ano de 1914, na cidade de Santa Rosa/RS, porém, apenas a partir da década de 40 que começa a nascer os germes de uma influência econômica. Foi em 1941 que se instalou a primeira indústria processadora de soja no país, também em Santa Rosa/RS. Oito anos mais tarde o Brasil ineditamente figura nas estatísticas internacionais com uma produção de 25.000t.

Em nosso país foi o trigo o melhor amigo da recém chegada soja. Na tumultuada década de 60, a soja figura como estrela coadjuvante por sua atuação através da Política de Subsídios ao Trigo, que visava a auto-suficiência, na dobradinha trigo/inverno – soja/verão. O palco da multiplicação dos grãos foi a região Sul, em que todos assistiram estupefatos o crescimento de cinco vezes a produção entre 1960 e 1969.

Nas décadas de 80 e 90, como uma febre tropical, a soja explodiu pelo território nacional. A região Centro-Oeste em 1970 respondia apenas por 2% da produção do grão, em 2003, o percentual subiu para a marca de 60% da produção nacional. O estado de Mato Grosso, antes apenas uma sombra nesta cultura, passou a ser um líder e vem se consolidando até a atualidade nesta posição.

Os fatores que culminaram na expansão da soja no Brasil são os mais diversos possíveis, abaixo temos uma tabela retirada da pagina da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) que mostra os diversos fatores responsáveis:


  • semelhança do ecossistema do sul do Brasil com aquele predominante no sul dos EUA, favorecendo o êxito na transferência e adoção de variedades e outras tecnologias de produção;

  • estabelecimento da “Operação Tatu” no RS, em meados dos anos 60, cujo programa promoveu a calagem e a correção da fertilidade dos solos, favorecendo o cultivo da soja naquele estado, então o grande produtor nacional da oleaginosa;

  • incentivos fiscais disponibilizados aos produtores de trigo nos anos 50, 60 e 70 beneficiaram igualmente a cultura da soja, que utiliza, no verão, a mesma área, mão de obra e maquinaria do trigo cultivado no inverno;

  • mercado internacional em alta, principalmente em meados dos anos 70, em resposta à frustração da safra de grãos na Rússia e China, assim como da pesca da anchova no Peru, cuja farinha era amplamente utilizada como componente proteico na fabricação de rações para animais, para o que os fabricantes do produto passaram a utilizar-se do farelo de soja;

  • substituição das gorduras animais (banha e manteiga) por óleos vegetais, mais saudáveis ao consumo humano;

  • estabelecimento de um importante parque industrial de processamento de soja, de máquinas e de insumos agrícolas, em contrapartida aos incentivos fiscais do governo, disponibilizados tanto para o incremento da produção, quanto para o estabelecimento de agro-indústrias;

  • facilidades de mecanização total da cultura;

  • surgimento de um sistema cooperativista dinâmico e eficiente, que apoiou fortemente a produção, a industrialização e a comercialização das safras;

  • estabelecimento de uma bem articulada rede de pesquisa de soja envolvendo os poderes públicos federal e estadual, apoiada financeiramente pela indústria privada (Swift, Anderson Clayton, Samrig, etc.); e

  • melhorias nos sistemas viário, portuário e de comunicações, facilitando e agilizando o transporte e as exportações.

  • construção de Brasília na região, determinando uma série de melhorias na infra-estrutura regional, principalmente vias de acesso, comunicações e urbanização;

  • incentivos fiscais disponibilizados para a abertura de novas áreas de produção agrícola, assim como para a aquisição de máquinas e construção de silos e armazéns;

  • estabelecimento de agro-indústrias na região, estimuladas pelos mesmos incentivos fiscais disponibilizados para a ampliação da fronteira agrícola;

  • baixo valor da terra na região, comparado ao da Região Sul, nas décadas de 1960/70/80;

  • desenvolvimento de um bem sucedido pacote tecnológico para a produção de soja na região, com destaque para as novas cultivares adaptadas à condição de baixa latitude da região;

  • topografia altamente favorável à mecanização, favorecendo o uso de máquinas e equipamentos de grande porte, o que propicia economia de mão de obra e maior rendimento nas operações de preparo do solo, tratos culturais e colheita;

  • boas condições físicas dos solos da região, facilitando as operaçõesda maquinaria agrícola e compensando, parcialmente, as desfavoráveis características químicas desses solos;

  • melhorias no sistema de transporte da produção regional, com o estabelecimento de corredores de exportação, utilizando articuladamente rodovias, ferrovias e hidrovias;

  • bom nível econômico e tecnológico dos produtores de soja da região, oriundos, em sua maioria, da Região Sul, onde cultivavam soja com sucesso previamente à sua fixação na região tropical; e

  • regime pluviométrico da região altamente favorável aos cultivos de verão, em contraste com os frequentes veranicos ocorrentes na Região Sul, destacadamente no RS.


III – FATOS NUTRICIONAIS


Como já havíamos apontado anteriormente, a soja supre se não todas, grandes partes da necessidade de proteína de um ser humano, contudo, não é a única alternativa. Outras fontes de proteína vegetal são: sementes de girassol e gergelim, cogumelos, polem de flores, os “nuts” como castanha, nozes, avelã, pinhão, aveia integral, levedura de cerveja dentre outros. Apesar de a soja ser a mais completa fonte de proteínas do que todos as outras, é possível ter uma dieta vegana sem a soja. Por exemplo, o arroz integral consumido juntamente com as leguminosas (como a lentilha) formam os doze aminoácidos necessários a biologia humana. Existem também frutas como o abacate e o coco que fornecem proteínas.

O site alimentacaosemcarne.com.br em um artigo assinado pelo Dr. Erick Slywitch expõe uma lista de oito mitos sobre proteínas vegetais, a qual disponibilizaremos abaixo:


1) A proteínas vegetais são incompletas (carentes em aminoácidos)



A verdade: alguns alimentos podem apresentar teores baixos de um ou mais aminoácidos específicos. A combinação de alimentos de grupos diferentes fornece todos os aminoácidos em ótimas quantidades;


2) As proteínas provenientes de fontes vegetais não são “tão boas” quanto as provenientes de fontes animais


A verdade: a qualidade depende da fonte da proteína vegetal ou da sua combinação. As proteínas vegetais podem ser iguais ou melhores do que as proteínas animais.


3) As proteínas de diferentes alimentos vegetais devem ser consumidas juntas na mesma refeição para atingir um alto valor nutricional.


A verdade: os aminoácidos não precisam ser consumidos todos na mesma refeição. A maior importância está em consumi-los ao longo do dia.


4) Os métodos baseados em animais para determinar os valores de necessidade nutricionais de proteína são adequados para humanos.


A verdade: esses métodos costumam subestimar a qualidade nutricional das proteínas, já que as necessidades de proteínas e a velocidade de utilização delas é muito diferente entre os animais e os seres humanos.


5) As proteínas vegetais não são bem digeridas


A verdade: a digestibilidade pode variar de acordo com a fonte e o preparo da proteína vegetal. A digestibilidade da proteína vegetal pode ser tão alta quanto a animal para alguns alimentos.


6) A proteína vegetal não é suficiente, sem a carne, ovo ou os derivados do leite, para oferecer as necessidades humanas de aminoácidos.


A verdade: a ingestão dos aminoácidos essenciais pode ser tranqüilamente atingida utilizando-se apenas as proteínas vegetais ou uma combinação delas com as animais (ovos, leite e queijo).


7) As proteínas vegetais contêm os seus aminoácidos desbalanceados e isso limita o seu valor nutricional.


A verdade: não há nenhuma evidência de que esse balanço seja importante. O que importa é que todos os aminoácidos atinjam o seu valor de ingestão recomendado ao longo do dia. Pode ocorrer desbalanço por uma suplementação inadequada de aminoácidos, mas isso não costuma ser um problema prático comum.


8) Existem aminoácidos na carne que não podem ser encontrados em nenhum alimento do reino vegetal.


A verdade: todos os aminoácidos essenciais são encontrados em abundância no reino vegetal.

Agora apresentamos uma outra tabela, desta vez numérica, com os teores do grão da soja crus, segundo a United States Department of Agriculture (USDA):



Valor nutricional por 100 g (3,5 oz)

Energia

1.866 kJ (446)

Carboidratos

30,16 g

Açúcares

7,33 g

A fibra dietética

9,3 g

Gordo

19,94 g

saturado

2,884 g

monoinsaturados

4,404 g

polinsaturados

11,255 g

Proteína

36,49 g

Triptofano

0,591 g

Treonina

1,766 g

Isoleucina

1,971 g

Leucina

3,309 g

Lisina

2,706 g

Metionina

0,547 g

Cistina

0,655 g

Fenilalanina

2,122 g

Tirosina

1,539 g

Valina

2,029 g

Arginina

3,153 g

Histidina

1,097 g

Alanina

1,915 g

O ácido aspártico

5,112 g

Ácido glutâmico

7,874 g

Glycine

1,880 g

Proline

2,379 g

Serina

2,357 g

Água

8,54 g

Vitamina A equiv.

1 mg (0%)

Vitamina B6

0,377 mg (29%)

Vitamina B12

0 mg (0%)

Vitamina C

6,0 mg (10%)

Vitamina K

47 mg (45%)

Cálcio

277 mg (28%)


Ferro

15,70 mg% (126)

Magnésio

280 mg (76%)

Fósforo

704 mg% (101)

Potássio

1797 mg (38%)

Sódio

2 mg (0%)

Zinco

4,89 mg (49%)


IV – OS IMPACTOS SOCIAIS DA SOJA



O Brasil é o segundo maior país produtor de soja do mundo. Só nós, os EUA, Argentina e China somos responsáveis por 80% da produção mundial, enquanto com exceção da China que consome sua produção no mercado interno, somos responsáveis por 90% da comercialização mundial de oleaginosas, cabendo ao Brasil o papel de segundo lugar no rol de exportação.

Sem passar pela cabeça dos consumidores internacionais, o cultivo da soja causa impactos nem sempre benéficos e que representam a face nefasta do progresso. O modo como foram implantadas as culturas comerciais no Brasil privilegiaram a estrutura fundiária tradicional, aumentando o tamanho das propriedades, concentrando a terra e excluindo a produção familiar do processo.

O sistema patronal e latifundiário causou a supressão das culturas de subsistência, cujas famílias produtoras se tornaram assalariadas, ou no latifúndio, ou na indústria urbana por meio do fenômeno chamado êxodo rural.

Quando o “progresso sojiculturista” chegou ao Rio Grande do Sul, cerca de 300 mil propriedades na década de 70 desapareceram abrindo caminhos para a voraz fome dos investidores abastados por grandes propriedades.

No Paraná, a sojicultura foi responsável pela expulsão de pequenos agricultores para novas áreas de fronteiras, cujo poucos atingiram sucesso nestas novas áreas.

A migração ocasionada pelas mudanças pró-latifúndio e pelo descaso e ausência do governo em prol dos pequenos agricultores levou a uma desorganizada urbanização cuja miséria e os chamados sub-empregos foram o tempero em cidades do Norte e Centro-Oeste.

Quando a soja foi introduzida na Amazônia Legal, o samba continua na mesma toada: as comunidades nativas e indígenas foram excluídas do processo.


V – OS IMPACTOS AMBIENTAIS DA SOJA


A soja, como sistema monocultural, foi viabilizada graças a um pacote tecnológico dos “avanços” do setor industrial agrícola, das pesquisas químicas, mecânicas e genéticas.

Chamado de “Revolução Verde”, tal pacote foi responsável por aumentar a produção de alimentos acima da taxa de crescimento populacional mundial. Apontada como a solução para a fome do mundo, a Revolução Verde não completou seu objetivo mais otimista. Tal revolução aumentou a produção de alimentos, mais a um alto custo econômico, que resultou na desigual distribuição de alimentos pelo mundo, obviamente que não por problemas logísticos, mas por entraves políticos e econômicos.

Fora tudo isso, no que diz respeito ao cerrado, a sojicultura foi responsável pela compactação e impermeabilização do solo pelo uso intensivo de máquinas agrícolas, erosão, contaminação de mananciais e lençóis freáticos (consequentemente plantas e animais) por pesticidas e químicos agrícolas, impactos detrimentais advindos da retirada da vegetação nativa de áreas continuas extensas, assoreamento de rios e reservatórios, aparecimento de novas pragas e incremento das já conhecidas, e por fim risco à sobrevivência de espécies vegetais e animais com a perda de habitat devido a expansão agrícola.

Estima-se que 10kg de solo sejam perdidos por quilo de soja produzido. Outro problema mais cruel é que o sistema de irrigação das plantações baseados em “pivôs centrais” provoca grande desperdício de água dos lençóis freáticos causando problemas de falta d'água inclusive para consumo humano.

As três principais bacias hidrográficas brasileiras: Amazônica, Platina, e São Francisco) possuem suas nascentes no cerrado, e todo o impacto ambiental nesta região advindo da sojicultura pode causar o assoreamento e contaminação dessas bacias causando um prejuízo ambiental incalculável, sem contar no prejuízo social das comunidades que dependem das águas destas bacias, como a tribo indígena Krahô, como mostrado no documentário “A Visão do Xamã” de Ricardo Paranaguá, exibido no programa A´Uwe deste domindo (21/02/2009).

VI – CONCLUSÃO

Com as informações pesquisadas, coletadas, e fornecidas a você aqui, espero que o artigo tenha respondido as principais dúvidas e curiosidades sobre a soja. O Dossiê Soja está completo. Reflita.

Devemos nós os veganos abrir mão da soja industrial e procurar apenas outras fontes de proteína? Mesmo que não nos preocupemos com questões políticas e humanas, animais estão perdendo seus habitats, os rios em que bebem, as árvores em que moram, etc.

A soja que se figurou e se figura para muito veganos como uma fonte proteica segura, não resiste a um exame mais detalhado sobre seus impactos sociais, econômicos e ecológicos.

O fato é que para mim, autor deste artigo, ficou a impressão de que a produção da soja é tão criminosa quanto a produção de carne e derivados de animais, e que não ajudamos a nenhum dos animais que queremos libertar se consumirmos esta soja. E você leitor? O que pensa? Comente!


FONTES:

http://www.cnpso.embrapa.br/producaosoja/SojanoBrasil.htm

http://www.alimentacaosemcarne.com.br/proteina/dietas-vegetarianas-e-proteinas.html

http://www.saudeintegral.com/artigos/onde-encontrar-a-proteina-vegetal.html

http://en.wikipedia.org/wiki/Soybean

http://www.nal.usda.gov/

http://www.anppas.org.br/encontro_anual/encontro2/GT/GT05/clarissa_barreto.pdf

2 comentários:

  1. Gostaria do contato de vocês!
    Sou vegetariano, ativista e podemos unir forças!
    Não encontrei nada aqui no blog! Um abraço Philyppe

    ResponderExcluir
  2. Seu dossiê está muito bom, já havia lido muitas coisas a respeito, mais realmente o seu é o mais completo.Mas assim como outros grãos que entram na “moda” o que no caso não é mais o que acontece com a soja, vemos que a ganância trás as conseqüências mostradas, não vejo que seja a soja a vilã do desmatamento, mas a forma como ela está sendo usada. “A produção da soja é tão criminosa quanto a produção de carne e derivados de animais, e que não ajudamos a nenhum dos animais”. Comparar a produção da soja com o uso dos animais realmente foi demais para mim, pois dentro das minhas crenças pessoais, o Reino Vegetal se “ofereceu” para nos alimentar, pois estão em uma outra escala evolutiva (adoraria não precisar mais matá-los... mas...). Ainda dentro das minhas crenças o Reino animal dentro da escala evolutiva já possui uma alma latente, já estão próximos de se humanizar (coitados). Talvez por minha ignorância e falta de sensibilidade não percebo o sofrimento do vegetal (apesar da Vida Secreta das Plantas, ter provas ao contrário) como percebemos no animal, sua inteligência e percepção de que vamos matá-los etc. etc. quem convive com animais sejam quais forem, desde um peixe no aquário a um animal de grande porte, sabe os “sentimentos” que nos passam. Tenho uma amiga que na minha infância ganhou um bezerro, ela o tratava como um animal de estimação, era lindo ver a relação dos dois, e para as pessoas em geral isso não fazia sentido, pois ele cresceu e se tornou um belo boi, que por sua perseverança morreu de velhice, pois a vida toda ela exigiu que ele fosse tratado como um membro da família, imagina isso há mais de 40 anos. Cada vez que leio algo como seu texto fico horas refletindo, o que fazer, o que comer, como ainda tenho um corpo físico e não tenho outra maneira de mantê-lo “vivo” ainda vou me alimentar da soja, mas ficaria imensamente feliz de ter uma alimentação (de preferência tirada do éter) que não colocasse nem uma vida em risco, pois acredito que toda forma de vida do Planeta está aqui para evoluir conosco e não para nos servir.

    ResponderExcluir